Os dois sentaram na grama, como se fosse o melhor lugar do parque. Lá podia-se ver tudo e ninguém conseguia enxergá-los. Ela olhava constantemente pro horizonte alaranjado como se de lá conseguisse uma resposta. E ele distraído como sempre, com a coca cola na mão observava as formigas passearem perto dos seus pés.
- Eu sou estranha. - Disse ela.
Ele a olhou atentamente tentando decifrá-la, mas como sempre seu sorriso estava intacto , mas seus olhos estavam vazios.
- Por que acha isso? - Ele falou.
Uma lágrima forçou a correr os olhos dela, mas ela não queria parecer fraca.
- Gosto de quem não me quer, e machuco quem eu gosto. Como se eu fosse predestinada
a ficar sozinha.
Ele não sabia se ficava triste pela declaração óbvia de que ela não gostava dele ou se ficava feliz por ela confiar tanto nele pra dizer essas coisas.
- Isso não é ser estranha, isso é ser humana. Do mesmo jeito que quem eu gosto não me quer.
Ela o encarou pela primeira vez desde o começo da conversa. Olhar nos olhos dele fazia com que os seus problemas sumissem, e ela queria que eles ficassem constantes naquele momento na sua cabeça, pra poder descobrir tudo.
- Como é essa garota? - Ela falou numa voz quase inaudível.
Ele se assustou de início, mas logo voltou a sorrir pensando se valeria a pena ser sincero ou não.
- Ela é doce. - Ele falou pausadamente - Sempre foi muito alegre. Mas é uma alegria incomum, é contagiante. Ela é linda, pelo menos aos meus olhos. Tem uma pele macia, tentadora a ser tocada. É tão desastrada quanto eu. A voz dela pra mim soa como música. É delicada, mas ao mesmo tempo forte. O que me intriga apenas são seus olhos, que nem sempre entra em conjunto com seus sorrisos.
Sem perceber ela desviou o olhar. Seria ela? Ela lembrou que ele tanto perguntava o porque daqueles olhos tristes. Como isso era possível? Por que ele nunca demonstrou?
- Mas deixando de falar dela, como é o seu?
Por onde começar? O que falar? Até que veio uma idéia. Segurou discretamente as mãos dele ainda olhando pra baixo.
- Ele tem uma brabeza engraçada. - Ela sentiu ele apertar a mão dela - Sempre que chega perto de mim, parece que vigia todos os próprios passos para não me machucar ou algo parecido. - Ela olhou o rosto dele que tanto parecia surpreso como feliz, indicando que realmente era ela. - Ele tem uma beleza incomum, uma beleza que se destaca. Tem um sorriso lindo, que me cura. - Ele segurou o rosto dela. - Ele tem um poder incrível sobre o meu humor e meu pensamento.
Houve um silêncio.
- Mas o que me incomoda é o porque que eu sempre achei que ele não me notava.
- Impossível não te notar. - Ele disse antes de beijá-la.
Ela tinha se esquecido como era se apaixonar, e aquela sensação lhe preenchia de um modo que faria tudo pra ficar daquele jeito pra sempre.
Depois do beijo ele distanciou e esperou ansiosamente ela abrir os olhos. Quando ela abriu ele percebeu que aquela solidão escondida havia sumido, e ele acabara conhecendo um novo olhar. Um olhar de amor.
PS1 : Tem coisas que eu não sei descrever, tem coisas que eu não descrevi bem, mas o que importa é que eu tentei.
PS2 : Para os chatos fofoqueiros, isso é ficção. (aproveita agora e vai cuidar da sua vida)
PS3 : Esqueci de escrever no outro post, mas quem quiser escrever continuações dos meus posts, ou até textos próprios pra eu postar aqui, só mandar pro e-mail pequenaori@hotmail.com
Embalada por Bazar Pamplona - Era dela. (O sorriso que ela abria era a coisa mais bela. As canções eram dela pra ela cantar, e o mundo se espremia pra ver ela na janela. As minhas palavras eram dela.)
*sonhandocomalguémcantandoissopramim
Um comentário:
gostei muito, parabéns
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