quarta-feira, 21 de abril de 2010

21/04

Acordei desesperada e de mal humor, meu celular nunca me acorda. Será que meus sonhos eram tão tentadores que nem o barulho estrondoso do celular me fazia desgrudar dele? Na minha cabeça a cena se repetia inúmeras vezes aumentando a minha dor de cabeça, fazendo com que meu humor piorasse gradativamente. O quão idiota eu era naquele momento por acreditar que ele me amava? Pelo menos do jeito que eu queria. E quanto mais eu rejeitava o pensamento mais ele me impregnava.

Estava em um dia que nenhuma roupa ficava bonita, nenhum espelho tinha a imagem que eu queria e nada era surpreendente o bastante pra me fascinar. O caminho parecia mais longo que o normal, isso sempre acontecia quando eu estava atrasada, do mesmo jeito que aumentava a minha probabilidade de cair em um buraco e a forma que as coisas nas minhas mãos ficavam mais propensas a cair.

Pego meu ônibus e, mesmo encontrando as mesmas pessoas, sinto aquela solidão já conhecida, uma solidão mesmo diante a uma multidão. Passo pelo corredor e meu coração acelera, pois ele sabe que serão seus últimos batimentos, até que ele para apenas pelo fato de seus olhos se encontrarem aos meus.

Teu sorriso tão perfeito e desenhado entra em contato com o meu, largo, sem limites e desengonçado, e quanto mais perto eu vou chegando mais involuntários ficam meus movimentos.

- Será que um dia você vai chegar na hora certa?

- Será que um dia você vai parar de se preocupar comigo?

- Nunca!

- Adivinhou minha resposta.

As luzes foram escurecendo só porque meus pensamentos estavam confusos, até que todas as luzes foram apagadas para dar ênfase a imagem do filme que se passava, e apenas com a visão das sias costas eu sabia que ele estava com o rosto compenetrado, imaginando cada cena na vida dele. Me desligo por alguns minutos e deixo me levar pelo filme. Eu já o conhecia e sabia que por mais triste e real que possa parecer ele não ficava com ela. eu gostava dos filmes assim, quebrava um pouco a ilusão de que o mundo é perfeito e me fazia chegar cada vez um pouco mais perto do chão.



*Madrugadas sempre deixam minha imaginação fértil...ah, e um pouco de filmes românticos e música também ajudam.

2 comentários:

Diogo =] disse...

Me assusta a maneira que você escreve, não no sentido ruim da palavra mas no sentido de ser complexo, porém, gostoso de ser lido... =]

Anônimo disse...

que gay.






auhauhauah brincadeira. Você escreve muito bem ori..parabéns ;)
=*

zito

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