terça-feira, 22 de junho de 2010

Amnésia

E hoje, logo hoje que eu quis me dar uma ilusão de um final feliz. Meu coração que estava tão calmo e ritmado a pouco tempo atrás, de repente acelerou e como uma bomba contagiou meu corpo. Senti meu sangue correr nas minhas veias.

Será que a sorte me abandonou novamente?

Um amigo meu me disse uma vez que sorte não existe, mas é tão estranho, mesmo que eu não faça nada, tem sempre alguma coisa que irá atrapalhar. Chegei a conclusão que quando não tem coisas atrapalhando no mínimo é a sorte que todos falam.

Nunca gostei de situações ocorridas contadas pelos outros, e sempre odiei minha amnésia. Nunca fui num médico, mas quando criança sempre tive dor de cabeça, quem sabe tem alguma coisa a ver.

Que seja, só sei que essa minha amnésia passageira e seletora sempre acabou comigo.
Sempre que preciso fazer alguma coisa importante, sempre que eu faço alguma merda sem perceber, sempre que tem uma situação na qual é mais do que necessária eu lembrar é aí que ela entra.

Alguns acham até que é brincadeira por que eu lembro de tantas coisas inúteis, mas tantas coisas marcantes eu esqueço.

E o pior que isso as vezes acaba com coisas que são importantes para mim.

Hoje, por um momento, queria voltar a um tempo do passado, em que eu ria de doer a barriga, que eu via uma outra casa tão acolhedora quanto a minha, que eu tinha pra onde fugir, que eu tinha um lugar pra chorar e que ao mesmo tempo era um lugar pra rir.

Alguém cria a porra da máquina do tempo logo por favor?

ps1.: Desculpa, eu disse que ia animar um pouco o blog...mas tá meio difícil...vou ver se volto só quando o meu humor melhorar, ok?
ps2.: Para os nerds que falam que não pode criar a máquina do tempo por que modifica o futuro, eu quero uma parte do passado do jeitinho que era, só quero revive-lo, não modificá-lo.
ps3.: Por que textos triste são mais fáceis de escrever?

quinta-feira, 17 de junho de 2010

17/06

Eu ia andando no mesmo ritmo da música, meus lábios não se aquietavam e iam se mexendo de acordo com a letra.
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Se soubesse o quanto isso me dói, se soubesse o quanto não olhar pro mesmo lugar na mesma intensidade que seus olhos me demonstram me deixa frustrada, se soubesse que queria amar a todos na mesma intensidade que os mesmo desejam, se soubesse que tudo o que eu queria é que as coisas se encaixassem como um quebra cabeça, que todas as coisas se juntassem devido a sua própria natureza, não me olharia desse jeito.
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Óculos escuros e o horizonte sorrindo pra mim, a água brilhava me chamando pra que me juntasse a ela. Meio relutante lhe disse que não, não aquela vez, uma próxima quem sabe.
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Senti tanto carinho por ele...como se ele fosse algum dia uma pessoa que me fez muito bem sem eu ter percebido, como se fosse um anjo.
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Tantas pessoas acham estranho o por que que eu o chamo de "meu anjo". Não digo que eu planejei isso, foi de repente, como uma luz, eu apenas comecei a chamar de anjos aqueles que me faziam bem, conscientemente ou não.
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Por favor, me ajude, eu não consigo definir isso.
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Eu achava incrível, eu não conseguia entender. Ela chorava e implorava "por favor, volte para mim". Como ela poderia fazer isso, como ela pôde jogar todo o orgulho dela no lixo por um idiota como ele? Será que ela estava em um estágio tão alto de cegueira que não conseguia mais ver o que é certo e o que é errado? Eu lhe perguntei o por que? Ela me respondeu com os olhos encharcados "por que eu o amo". Eu lhe falei "não quero nunca sentir um amor desse", ela enxugou seus olhos, segurou meu rosto e falou "Não diga isso até você sentir seu coração bater em conjunto daquele que você ama e transformar isso como uma droga viciante".
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Sem finais felizes por enquanto.
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Ouvndo The wombats - Patricia The Stripper

segunda-feira, 7 de junho de 2010

07/06

Ela entrou no carro e fechou os olhos. Imaginou que tudo o que tinha acontecido era apenas um sonho, ou melhor, um pesadelo.
As coisas são tão simples e sempre tem alguém pra confundir o que já tava no lugar. Mas dessa vez foi demais. A raiva e o ódio estavam crescendo dentro dela de um jeito que ela nunca havia sentido antes, o desprezo, o nojo....como alguém poderia ser tão medíocre a esse ponto? Qual é a droga do problema?
Mas quando abriu os olhos nada havia mudado. Por que as coisas não poderia ser mais simples. Abriu a porta com mais força do que queria, e fechou com mais força ainda. O barulho ecoou pela rua como uma prova de que ela estava sozinha mais uma vez. A solidão a inundou, seus olhos arderam mas ela não chorou. "Não vou dar esse luxo a quem me odeia". Andou com passos firmes, bateu na porta e esperou calmamente até que abrissem a porta. O silêncio era tão absoluto que ela conseguia ouvir os passos dentro da casa chegando cada vez mais perto da porta. Até que ela se abriu.
[...]
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Por que falar simplesmente "não seja idiota" não ajuda? Quer que eu faça um texto dizendo o quanto estúpido tá sendo a sua atitude? E quanto sem paciência eu to em dizer coisas que eu já repeti, já demonstrei que estou com razão e você não muda?
Vai ter uma hora que vai acabar perdendo as pessoas que te amam, e eu não vou poder fazer nada por que estarei junto dessas pessoas.
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Raciocínio...apenas raciocínio, nada mais que raciocínio. E por favor...vá a merda!

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Segunda mãe.

Texto beeem antigo...


Entrei naquele quarto pequeno, e logo a sensação familiar de que aquele não é o meu lugar povoou minha mente me deixando tentada a fugir dali, mas apenas por ela estar ali eu segui em frente.

No caminho encontrei tantos olhares acusativos e aliviados, tão contraditórios quanto os meus pensamentos. Até que o caminho até a cama donde ela estava, serena e desligada do mundo se transformou em um abismo maior do que eu havia imaginado parecer. Não consegui chegar perto. Ah como hoje eu me arrependo disso. Fiquei sentada no sofá que se localizava na frente da cama, me dando uma visão ampla das feições que estavam tão normais que eu chegava a me surpreender. Senti meus olhos arderem e encherem de lágrimas, mas me fiz forte pra ela. Me fiz forte por ela.

Naquele momento cheguei até sentir um pouco de inveja de tão serena que ela estava imersa em seus sonhos. Paz era a única coisa que eu necessitava naquele momento. Com o tempo acabei ficando cansada e deitei no sofá e forcei o sono chegar implorando para que não tivesse sonhos.

Meus sonhos atendendo aos meus pedidos foram vazios, incompreensíveis e esquecidos, e no meio da madrugada eu acordei e vi uma outra mulher em pé ao lado dela, segurando sua mão. Talvez o desgaste, tanto mental quanto físico, ou apenas o cansaço não me fizeram ver a cena nitidamente, mas eu percebi que aquela mulher era a minha avó. Não do jeito que a conheci, velha e vagarosa, era a minha avó completamente diferente. Ela estava nova, usava um vestido claro que realçava seu corpo violão, magra, cabelos castanhos, longos e lisos, e um sorriso que eu sabia já ter visto em algum lugar. Talvez quando ela olhava para mim e me dizia “minha neta preferida” como se eu fosse um milagre. A sua mão segurava a dela mesmo inconsciente. Depois de perceber meu olhar fixo, minha avó finalmente direcionou o dela ao meu por um longo tempo, até tornar a olhar para ela, seguindo de uma lágrima que caiu de seu rosto sem desfazer seu sorriso e seu olhar que era um misto de alegria e alívio. Como por despedida olhou mais uma vez para mim e sumiu.

Voltei a dormir e só acordei depois que ouvi a minha tia chegar ao quarto.

As lágrimas que um dia caíram insanamente foram interrompidas apenas para dizer de uma forma quase inaudível “Eu sinto muitas saudades do seu sorriso vó”, e a cada gota que cai dos meus olhos eu vejo uma lembrança que eu queria guardar para nunca mais esquecer, principalmente do riso que me contagiava e sempre me dava ânimo para começar uma nova semana.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Desabafos de uma quase bêbada.

O quanto idiota eu sou em seguir as coisas denominadas certas/éticas?
Eu sempre tento fazer o que sempre me ensinaram sobre o que é certo, mas quanto mais eu vou vivendo mais eu vou percebendo o quanto as pessoas estão descrentes com esse valores.
Se eu resolvo fazer uma coisa certa eu sempre machuco alguém e/ou me machuco. Quando eu me "emputeço" e resolvo fazer do jeito errado acontece a mesma coisa.
Eu sempre tive um dom de sempre escolher o errado, um exemplo infantil pode ser as minhas provas. Quando eu não sabia a matéria e tinha uma múltipla escolha eu sempre ficava em dúvida em duas respostas e a resposta certa nunca era nenhuma das duas.
Só que a partir do momento em que essas minhas escolhas erradas atingem pessoas que eu gosto, é como se pedaço de mim fosse destruído aos poucos. Tem uma hora que isso cansa.
Quando eu era mais nova e aconteciam coisas que eu não gostava, eu brincava de um modo diferente. Eu ia pro meu quarto, fechava tudo e não deixava entrar um feixe de luz, fechava os olhos e fingia que eu estava em um mundo diferente onde só existia escuridão. Fazia força para que todas as coisas que me atormentavam sumissem da minha cabeça e ficava num momento "em coma". Hoje em dia isso não faz mais efeito. Se eu entro na escuridão ela me seduz e me prende para que eu fique nela pensando cada vez mais nos meus problemas, mas não em uma solução, e sim para que eu sempre me lembre que tem alguma coisa de errado.
Ultimamente eu peço uma coisa simples, uma coisa que nem deveria ser tão complicado.
Paz!
Aó um pouco. Um pouco de respostas, um pouco de caminhos certos, um de quem sabe sorte, assim quem sabe isso não faça com que minha alegria de antes volte?
Enquanto isso não acontece vou me deixar levar pelas coisas que me escolhem, que ultimamente são as coisas que realmente me importam.