quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Diário de uma amigdalactomia 2.

Foi quando começaram as furadas. Primeiro uma moça tentou achar minha veia pra colocar o soro, ela a chamou de "veia bailarina". Dançou, dançou, dançou, não conseguiu. Veio o anestesista. Não demorou 10 segundos conseguiu achar.

O anestesista começou a pegar seringa e eu comecei a ficar gelada, até que ele falou "vou te dar a anestesia, você vai sentir uma dor no braço, mas é normal e é rapidinho" e aplicou a anestesia. De repente eu senti meu braço doer muito, parecia que tinha uma pedra imensa passando pelo meu braço, mas eu pensei "já vai passar, ele falou que era rapidinho", mas quanto pior é a situação, parece que mais o tempo demora a passar. Foi quando eu falei "O senhor não disse que era rapidinho?", só que antes de saber a resposta eu dormi.

Acordei com um dor enorme, chorando muito. Depois eu descobri que o anestesista não queria me dar o analgésico de primeira porque meu coração passou de 57 bpm pra 110 bpm muito rápido. Me vi naquela minha crise de garganta de antigamente, só que sem os analgésicos, sem os antinflamatórios e sem os antitérmicos.

Foi quando a enfermeira apareceu com o analgésico. Minha dor não passou totalmente, mas pelo menos eu estava conseguindo respirar. Não conseguia falar, foi quando tive a idéia de pegar uma folha qualquer e a caneta da minha bolsa e escrever o que eu queria. Foi assim que eu descobri a utilidade do bloquinho que eu ganhei do McDonald's. Nunca pensei que aquilo seria tão útil.

Fiquei deitada dormindo e acordando o tempo todo, sempre quando estava perto da hora do remédio eu começava a sentir muito a minha garganta, e já começava a pedir pra enfermeira pra colocar logo.

Foi quando meu namorado chegou.

Ele chegou e a dor ficou tão longe de mim. Só o fato dele estar por perto me deu uma tranquilidade que eu só fui perceber depois. Ele chegou meio desnorteado, tinha acabado de sair do trabalho e tava vendo se realmente tinha entrado no quarto certo. Me viu e foi me dar um abraço brigando comigo por eu ter levantado, já que eu não podia fazer esforço. Deitou do meu lado na maca, quando meu pai apareceu.

Ele ficou tímido, provavelmente com medo de conhecer meu pai, deu um oi pra ele todo sem graça, dava pra ver que não sabia bem o que fazer, foi tentando puxar uma conversa meio torto. Um pouco culpa minha porque eu tinha esquecido de avisar que meu pai ia aparecer.

Depois disso comecei a falar(mesmo não podendo), comecei a engolir melhor, e dormi que nem um anjo com os cafunés dele.

Como nada é perfeito descobriram depois que a agulha que estava na minha veia passando o soro tinha se soltado. O enfermeiro veio, tirou a agulha, foi pra minha outra mão e procurou outra veia. Nesse processo eu tava quase arrancando meu dedo de tanta dor(mania de morder o dedo pra distrair da outra dor).



- Continua muuito grande, depois eu continuo...

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