segunda-feira, 22 de março de 2010

Nostalgia

Em um desses dias em que todo mundo reclama do sol e eu sou a única que fico sorrindo que nem uma idiota já que sou apaixonada por qualquer intensidade de calor, acabei por me encontrar em Cabo Frio andando de loja em loja com um som no ouvido já que o barulho de carros e pessoas falando me irritam.

Nessa de andar rápido ( já que eu ando na velocidade da música) eu sem querer bato em um garoto.

Sem perceber eu solto um "Woow" e quando eu ia soltar um "num olha pra frente não tio?" Eu vejo que é um amigo meu de muito tempo atrás, sabe um daqueles que você não sabe o porque que para de falar, apenas para?
Nessa de reconhecer eu me senti...VELHA.

Juro que eu ia fazer uma história bonita, tipo um romance que provavelmente poderia acontecer entre nós, aquela enrrolação do mundo parar e a música que tava no meu ouvido fazendo uma trilha sonora linda para o momento, mas não aguentei. Ele tinha os olhos inocentes e um sorriso contagiante, agora ele tá com barba e com um estilo do tipo "vem comigo que eu te mostro o paraíso". Poderia ser algo contagiante, se eu não ficasse pensando "Será que eu mudei tanto quanto ele mudou?".

Depois das novidades, das trocas de orkut's e msn's, voltei ao meu rumo e deixei esse assunto inativo por algum tempo. Em casa, por mais errado que seja já que eu tenho crises enlouquecedoramente alérgicas, eu comecei a procurar fotos antigas. Procurando que nem uma doida eu vi que eu definitivamente era um bichinho estranho.

Eu achei uma foto do tempo que eu morava em Manaus. Eu era a pessoa mais feliz aquele ano, era a primeira vez que eu tinha ficado mais de dois anos em uma cidade, e eu era muito popular por ser conhecida como carioca, mas era estranhamente estranha, parecia um garoto. Usava roupas largas, cabelo sempre preso que não ajudava muito na minha aparência já que eu sempre tive orelhas de abano, vivia de calça jeans e all star. A blusa do colégio era optável por cinco cores, e eu amava a azul (minha 2ª cor preferida). Com certeza não era o tipo de garota que algum garoto olharia, eu era muito agitada e engraçada, mas não era o que podemos definir como bonita. A foto que eu encontrei foi de uma mostra de música dessas que sempre aparecia na minha escola. Naquela mostra eu me modifiquei.

Eu resolvi colocar um vestido apertado, não larguei mão do meu all star e fiz uma escova no meu cabelo. Naquela época e no lugar onde eu morava, salão era coisa pra gente rica, uma escova era em torno de 60 reais, mas como era uma data especial minha mãe queria que eu ficasse bonita. De maquiagem eu só coloquei um lápis de olho bem detalhado, era a única maquiagem que eu sabia usar já que minha mãe sempre foi linda, e nunca usou maquiagem, máximo que ela fazia era usar um lápis de olho e um batom, então eu não usava as outras por não conhecer e não usava batom por que saía da minha boca facilmente já que eu sempre tive a mania de lamber os beiços. No dia da mostra não preciso dizer que as pessoas mal me reconheciam, e eu comecei a despertar olhares curiosos de garotos que antes não prestavam atenção em mim.

Quando anunciaram o meu nome e eu entrei no teatro que por sinal era imenso, eu percebi um silêncio absurdo como se estivessem querendo saber o que aquela garota de pernas grossas, barriga lisa e cabelos lisos estava fazendo indo no meu lugar. Logo em seguida a ficha caiu e uma inundação de cochichos e comentários invadiram o teatro, e o que era apenas um rosto um pouco vermelho virou um tomate com mãos trêmulas. Eu toquei A lua que eu te dei, na versão de Ivete Sangalo que no dia foi cantada por uma grande amiga minha, e eu na base no teclado já eu era a única que tinha coragem suficiente pra ficar apenas na base acompanhando a voz de uma cantora. No teatro só dava pra ouvir o som do meu teclado e a voz extremamente linda e afinada dela. Eu acho que nunca ouvi tantos aplausos quanto àquela vez, foi uma das noites mais agitada da minha vida. No dia seguinte, a escola toda comentava sobre a mostra e sobre minhas pernas a mostra. Mas o resto da história é papo de buteco.

Mas percebi que eu provavelmente mudei bastante. pra começar eu não uso mais roupas largas, troquei meu all-star pela minha sandália rasteira e vivo de cabelo solto. Tá, admito, eu não to tão velha, mas...onde foi mesmo que eu deixei o msn dele...?

beijinhos ;)

Bazar Pamplona - Só pra te ver um pouco

Um comentário:

Diogo disse...

Eu não acho você estranha, não acho você velha e não acho você pequena =]
mentira, acho você pequena sim... \\o//
mas gosto do seu jeito, gosto da sua personalidade, gosto do seu caráter...gosto de você da maneira que eu conheci =]

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