quinta-feira, 17 de setembro de 2009

16/09/09

Gostar de uma pessoa é uma coisa fácil e simples, mas amar é a coisa mais difícil e complexa!

Eu sempre gostei de observar e cultivar pequenas coisas da vida, ás vezes guardo só para mim, ás vezes compartilho. Pequenas coisas podem ser definidas de diversas maneiras, um minuto de silêncio olhando o horizonte imaginando as histórias existentes depois daquela linha, parar dois segundos para ouvir o canto de um pássaro, prestar atenção num comentário de uma pessoa tímida, receber um beijo na bochecha com significado de "gosto de te ter por perto", ter prazer de aprender algo que me fascina, estar viva! Hoje eu li um texto que me fez pensar muito e me levou a um déjà vu.

AO TE CURVARES COM A RÍGIDA LÂMINA DE TEU BISTURI SOBRE O CADÁVER DESCONHECIDO, LEMBRA-TE QUE ESTE CORPO NASCEU DO AMOR DE DUAS ALMAS, CRESCEU EMBALADO PELA FÉ E PELA ESPERANÇA DAQUELA QUE EM SEU SEIO TE AGASSALHOU. SORRIU E SONHOU OS MESMOS SONHOS DAS CRIANÇAS E DOS JOVENS. POR CERTO AMOU E FOI AMADO,ESPEROU E ACALENTOU UMA MANHÃ FELIZ E SENTIU SAUDADES DOS OUTROS QUE PARTIRAM. AGORA JAZ NA FRIA LOUSA, SEM QUE POR ELE TENHA DERRAMADO UMA LÁGRIMA SEQUER, SEM QUE TIVESSE UMA SÓ PRECE. SEU NOME SÓ DEUS SABE. MAS O DESTINO INEXORÁVEL DEU-LHE O PODER E A GRANDEZA DE SERVIR À HUMANIDADE. A HUMANIDADE QUE POR ELE PASSOU DIFERENTE. ( ROKITANSKY,1876)
Uma vez numa aula do meu curso de fisioterapia eu peguei um crânio na mão, e naquele momento eu estava tão feliz por estar estudando uma coisa que eu sempre quis aprender - anatomia - que me cegou por alguns instantes, mas logo depois meu sorriso desapareceu dos meus lábios e veio na minha mente que aquele crânio era de alguém que algum dia já teve vida, que talvez fosse muito bonito, que talvez fosse uma mulher, que talvez fosse inteligente, que talvez por ironia futuramente iria se formar um fisioterapeuta, que talvez ele tenha vivido um grande romance, que talvez tivesse lindos olhos, que talvez fosse alguém que um dia passou ao meu lado na rua. Olhei nos seus "olhos"e senti, apenas por um instante, uma aflição e pensei "e se fosse eu?". Seu algum dia aquele crânio fosse meu? Sempre brinquei que umd ia que queria ser um esqueleto da Estácio, mas imagina quantos corações foram partidos apenas por causa daquela pessoa que eu estava segurando? Alguém ainda o estava procurando? Respeito, dor, quem sabe até tristeza passou em mim como uma onda quente me despertando. Valorizei naquele momento tudo o que tenho, e sei que se alguma oportunidade aparecer, por mais superficial que ela seja, aparecerm eu vou agarrá-la de um jeito da qual se aquela pessoa - do crânio - me visse, pensaria "eu transformei (quem sabe) uma "grande" e eficiente fisioterapeuta!"

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