quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Tai chi.

Como todos os dias ela chegou, sentou no mesmo banco e esperou que a chamassem. Ela tirou o tênis  e a meia, colocou o sapatinho confortável e pacientemente esperou. Seu nome ecoou pelos corredores. Feito assim, se levantou e se dirigiu ao mesmo lugar.
De repente quebrou a rotina e andou em direção ao saco de areia. O encarou por alguns segundos, e quando ameaçou a chorar lhe deu um soco. Percebeu que não doeu tanto a mão quanto acharia que iria doer. Surpresa. Deu outro soco. Mais forte. Mais rápido. Deu joelhada. Gritou. Gritou! E começou a chorar. Bateu mais forte. As lágrimas começaram a cegar, mas continuava batendo. Tentava secar as lágrimas rápido e voltava a bater. As mãos vermelhas começaram a doer, e a dor no coração começou a passar. As pernas tremeram e perderam as forças. Paz. Silêncio. Agradeceu por mais um dia e voltou pra o seu canto. Tirou o sapatinho, colocou a meia e o tênis, e voltou para o mundo preto e branco.

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