quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

As aventuras de Ori e Feijão.

Ori, uma menina esperta, divertida, de voz fina e adocicada, que gosta de música e de dançar. Fazia aulas de piano e de dança no colégio. Porém o destino foi cruel e a fez nascer com um problema raro de visão. Ela apenas enxergava luzes, como se fossem áureas. Ela estava sempre acompanhada de seu melhor amigo e eterno aventureiro: Feijão, o cachorrinho de estimação que ganhara a pouco tempo atrás de sua avó; um poodle preto que mais parecia uma pequena bola de pelos.

Ori estuda no colégio de Wingard, uma escola pequena e simples feita para crianças com certas dificuldades sociais, assim como Ori, que aparentemente conseguia se relacionar bem com outras crianças. Localizada na cidade de Adelaide na Austrália, onde tinha ido morar a alguns poucos anos atrás por causa de seu pai Lachlan, mais conhecido como “Senhor S”, referencia ao seu nome de guerra. Até hoje ninguém sabe o porquê de tal apelido, e dizem que os que sabiam seu significado, estão mortos. Um homem rancoroso e frio, que fazia apenas o necessário para a sobrevivência de sua família e nada além disso.

Um dia após a escola, Ori estava no provador de uma loja acompanhada de sua mãe Lúcia e Feijão. Experimentando vestidos de princesa para sua festa de aniversário que se aproximava. Quando de repente, ela escuta a voz de uma senhora, uma voz baixa, rouca e bem velinha, que a fez lembrar que era a diretora de seu colégio, dona Mirty.

- Ori, ocorreu uma urgência, o Jhon está muito nervoso e só quer tocar com uma mão, tem como você tocar com a mão esquerda a música da apresentação de hoje.

- Mas eu nunca toquei essa música...

- Não tem problema, é fácil, tens dez minutos para aprender a música.

-Mas preciso comprar meu vestido!

- Você enlouqueceu? Temos 10 minutos, corre pra lá!

Já no colégio, anunciaram o nome do Jhon. Ori estava tremendo e ainda com um vestido de princesa que havia se esquecido de tirar.

Apareceu no meio do palco e percebeu que todo mundo calou, meio que se perguntando “o que essa garota está fazendo junto?”.

Por vez pouco, percebeu que a luz apagou e só ficou um holofote em cima dela, de Jhon e do teclado à frente. O desespero de Ori sempre se acalma nessas situações, por que sempre fica um breu em sua frente, e todos se calam pra ouvir, e sente e o perfume de Jhon, que era um bom amigo na escola. Parece que está sozinha em seu quarto e a paz reina.

Começou a tocar e até que deu certo, a música era popular, e dava até pra brincar um pouco e fazer algumas firulas. Lembrou que estava com o vestido de princesa. Até que estava estilosa e combinando com a música, mas estava tão nervosa, e na época era tão tímida que bem devagar eu foi levantando e saindo, deixando apenas Jhon tocar, que depois de começarem a tocar juntos, ficou mais a vontade para tocar sozinho.

Suas mãos que estavam tremendo não tremiam mais, a música a acalmava, talvez até sua calmaria, fez acalmar Jhon.

Quando a música terminou teve uns que aplaudiram de pé, talvez fossem os pais dele, mas com certeza que tinha um grupo de amigos dela que adoravam vê-la em situações constrangedoras, e os seus pais que babavam na primeira fila.

Já ia saindo de fininho e começando a trocar de roupa quando o mestre vira pra ela e fala “Está indo aonde? Você é a próxima. E coloca o vestido que teve gente que gostou. Anda, anda, anda!”.

Mas a coragem não lhe veio. O medo era maior que qualquer força, só não foi maior que a força em suas pernas ao correr. Corria e pensava: “Por que perto de Jhon me sentia calma? Correndo ela passa pelo estacionamento do colégio e entra no primeiro ônibus que aparece. Quando se senta, repara que Feijão tinha a seguido.

Fazendo carinho no Feijão. Aquela sensação era gostosa. O vento batia bem forte em seu rosto. Chegou uma hora que parou de se preocupar com o vento e percebeu que seu cabelo ia com ele naturalmente. Estava sentada. Vendo o mar. Na verdade a lagoa. Como sempre estava com meu toca fita cassete, e na bolsa o livro em braile que tinha acabado de cansar de ler.


Como gosto de ir a lugares calmos pra ler, ou apenas observar o mundo com música, pediu para que o motorista parasse no parque da cidade. Para que pudesse esvaziar a mente da maneira que mais gostava. Apreciando a maneira de ver como tudo muda totalmente quando você ignora a música e ouve apenas a melodia. E depois presta atenção na letra, e aquela letra te embala e você começa a imaginar a cena. A música era a sua vida. Era o seu contexto.



Feito pelo o hugo lindo!!
Ainda tá pra terminar, quem sabe não vai pra frente né?

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

21.11


E eu lhe dou minha inocência, meu eu completo, minha verdadeira face, com minhas qualidades, e principalmente meus defeitos, pra ver se assim você os aguenta e continua a me querer. Eu te dou minha confiança, te dou o que eu tenho de mais raro, te dou todo meu amor. 
Se me disser sério o que eu não quero acreditar, eu o acreditarei apenas pelo fato de ter saído de sua boca, do mesmo jeito que quando você diz que me ama, eu acreditarei de coração aberto. Mas por favor, depois segure o meu rosto com suas mãos grandes e quentes, retire minhas lágrimas com fervor, e diga, em meio ao seu sorriso mais sincero, que mesmo assim continua a me amar, apesar de ser uma boboca que chora à toa.
E depois me dê um beijo, confortante, que exclua qualquer pensamento que algum dia eu possa ter tido de negativo, pelo menos pelos poucos segundos do seu beijo.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

10/08

Sabe,
Felicidade não se encontra em qualquer esquina.
Se encontra onde a gente menos espera.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Travessuras do pequeno Feijão II

Último dia do ano. Eu acordei com o sono de sempre. Cheguei na cozinha pra beber água, minha mãe fala pra mim:

- Ori, tenho uma má notícia pra você.

E apontou pro cantinho do feijão. Meu coração gelou. Tava tudo limpo, ela tinha tirado tudo. Falou que ela acordou 7 horas da manhã e ele não tava lá, nem em nenhum lugar da casa, e que o meu tio e meu irmão tinha saído pra procurar ele.

Eu andei pela casa meio que sem acreditar, a ficha ainda não tinha caído, decidir ir pro banho, ia ter um churrasco na casa do Gabriel. Tomei um banho chorando, me arrumei e liguei pra ele, que não deveria ter percebido minha voz por causa do som alto na casa dele.

Ele chegou aqui, no momento que me viu perguntou "O que aconteceu ori?". Abracei ele e esperei conseguir parar de chorar pra falar que o feijão tinha fugido. Ele me abraçou bem forte, e esperou eu me acalmar.

Peguei um monte de cartazes que meu irmão fez e comecei a pensar nos lugares que tinha que ir. Fui na locadora e no bar que tem aqui do lado, depois fui na padaria. A tia de lá virou pra mim e falou "Ele é um poodle preto? Pequenininho? Ih, dona Maria da Santa Fruta pegou ele pra cuidar até o dono aparecer, vai lá, pode jogar esses cartazes fora."

Eu comecei a andar agradecendo, queria dar mais atenção a ela, mas eu queria muito encontrar ele. Até que cheguei lá, mostrei a foto e ela falou que era ele sim. Mas do jeito que eu sou teimosa eu não ia acalmar até segurar ele.

Depois de 10 minutos que pareceram horas ela apareceu com o feijão e eu agarrei ele, ele todo agitado, me lambendo e eu xingando ele e chorando. Agradeci todo mundo, fui no bar e na locadora pra avisar e fui em casa todo mundo fazendo festa.

Depois foi o trabalho de fazer quase um forte pra ele não passar, ele ainda fugiu outra vez, não sabemos se foi pra encontrar o outro cachorro ou se foi pra ir atrás de mim no churrasco.

Não foi lá uma boa experiência, é meio traumatizante perder um cachorro assim, dois é complicado.