quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Yoñlu

“I'm in love with the girl, I am
Who is smaller and stronger
and braver than I'll ever be...be.”

Dia desse eu estava no quarto do meu irmão como de costume conversando com ele e falando sobre vídeos legais que a gente encontrava pelo youtube a fora. Numa dessas conversas, ele me falou de um jovem chamado Vinícius que na verdade tinha um nome artístico de yoñlu. Esse garoto era simplesmente um gênio, sabia tocar violão, outros instrumentos que eu não me lembro muito bem e falava tanto português quanto inglês fluente, e assim escrevia músicas lindas, tanto em inglês quanto em português. O Brasil necessita imediatamente de pessoas que escrevam músicas que toquem, músicas que não sejam feitas direcionadas especificamente para agradar a produtores ou a modas sugeridas pela sociedade. Yoñlu, pra mim, era um que poderia inicialmente salvar a música tanto brasileira quanto americana.

"Estrela, estrela,
Como ser assim
Tão só, tão só
E nunca sofrer?

Brilhar, brilhar,
Quase sem querer
Deixar, deixar
Ser o que se é

No corpo nu
Da constelação
Estás, estás
Em uma das mãos

E vais, e vens
Como um lampião
Ao vento frio
De um lugar qualquer

É bom saber
Que és parte de mim
Assim como és
Parte das manhãs

Melhor, melhor
É poder gozar
Da paz, da paz
Que trazes aqui

Eu canto, eu canto
Por poder te ver
No céu, no céu
Como um balão

Eu canto e sei
Que também me vês
Aqui, aqui
Com esta canção"

São poucos que conseguem demonstrar sentimentos tristes misturados com admiração sem que tenha aquela pequena percepção de déjà vu. Yoñlu, ou melhor, Vinícius morreu em 2000, suicidando a base de monóxido de carbono ( segundo ele “é indolor e preserva o corpo intacto, mas demora, e se a pessoa é resgatada antes de morrer fica com graves lesões cerebrais e torna-se um vegetal” ), motivado por um site próprio para pessoas que querem se suicidar.

humilation

http://www.youtube.com/watch?v=S4A1v6Uzo0Q

estrela

http://www.youtube.com/watch?v=Z60_6FdyaBY

...

Encontrei esse texto em um desses e-mail que me mandam sempre. O e-mail em si não gostei, mas essa parte eu me identifiquei.

Chega, eu quero alguém
que pague as minhas contas,
abra a porta para eu passar,
puxe a cadeira para eu sentar,
me mande flores
com cartões cheios de poesia,
faça serenatas na minha janela

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Foda-se

O nível de stress de uma pessoa é inversamente proporcional a quantidade de foda-se! que ela fala. Existe algo mais libertário do que o conceito do foda-se!? O foda-se! aumenta minha auto-estima, me torna uma pessoa melhor.

Reorganiza as coisas. Me liberta. Não quer sair comigo?

Então foda-se!. Vai querer decidir essa merda sozinho (a) mesmo? Então foda-se!. O direito ao foda-se! deveria estar assegurado na Constituição Federal.

Os palavrões não nasceram por acaso. São recursos extremamente válidos e criativos para prover nosso vocabulário de expressões que traduzem com a maior fidelidade nossos mais fortes e genuínos sentimentos. É o povo fazendo sua língua. Como o Latim Vulgar, será esse Português Vulgar que vingará plenamente um dia.

Prá caralho, por exemplo. Qual expressão traduz melhor a idéia de muita quantidade do que Prá caralho? Prá caralho tende ao infinito, é quase uma expressão matemática. A Via-Láctea tem estrelas prá caralho, o Sol é quente prá caralho, o universo é antigo prá caralho, eu gosto de cerveja prá caralho, entende? No gênero do Prá caralho, mas, no caso, expressando a mais absoluta negação, está o famoso Nem fodendo!. O Não, não e não! e tampouco o nada eficaz e já sem nenhuma credibilidade Não, absolutamente não! o substituem.

O Nem fodendo é irretorquível, e liquida o assunto. Te libera, com a consciência tranqüila, para outras atividades de maior interesse em sua vida. Aquele filho pentelho de 17 anos te atormenta pedindo o carro pra ir surfar no litoral?

Não perca tempo nem paciência. Solte logo um definitivo Marquinhos presta atenção, filho querido, NEM FODENDO!. O impertinente se manca na hora e vai pro Shopping se encontrar com a turma numa boa e você fecha os olhos e volta a curtir o CD do Lupicinio.

Por sua vez, o porra nenhuma! atendeu tão plenamente as situações onde nosso ego exigia não só a definição de uma negação, mas também o justo escárnio contra descarados blefes, que hoje é totalmente impossível imaginar que possamos viver sem ele em nosso cotidiano profissional. Como comentar a gravata daquele chefe idiota senão com um PHD porra nenhuma!, ou ele redigiu aquele relatório sozinho porra nenhuma!. O porra nenhuma, como vocês podem ver, nos provê sensações de incrível bem estar interior. É como se estivéssemos fazendo a tardia e justa denúncia pública de um canalha.

São dessa mesma gênese os clássicos aspone, chepone, repone e mais recentemente, o prepone - presidente de porra nenhuma. Há outros palavrões igualmente clássicos. / Pense na sonoridade de um Puta-que-pariu!, ou seu correlato Puta-que-o-pariu!, falados assim, cadenciadamente, sílaba por sílaba... Diante de uma notícia irritante qualquer puta-que-o-pariu! dito assim te coloca outra vez em seu eixo.

Seus neurônios têm o devido tempo e clima para se reorganizar e sacar a atitude que lhe permitirá dar um merecido troco ou o safar de maiores dores de cabeça.

E o que dizer de nosso famoso vai tomar no cu!? E sua maravilhosa e reforçadora derivação vai tomar no olho do seu cu!. Você já imaginou o bem que alguém faz a si próprio e aos seus uando, passado o limite do suportável, se dirige ao canalha de seu interlocutor e solta: Chega! Vai tomar no olho do seu cu!.

Pronto, você retomou as rédeas de sua vida, sua auto-estima. Desabotoa a camisa e sai a rua, vento batendo na face, olhar firme, cabeça erguida, um delicioso sorriso de vitória e renovado amor-íntimo nos lábios. /

E seria tremendamente injusto não registrar aqui a expressão de maior poder de definição do Português Vulgar: Fodeu!. E sua derivação mais avassaladora ainda: Fodeu de vez!. Você conhece definição mais exata, pungente e arrasadora para uma situação que atingiu o grau máximo imaginável de ameaçadora complicação?

Expressão, inclusive, que uma vez proferida insere seu autor em todo um providencial contexto interior de alerta e autodefesa. Algo assim como quando você está dirigindo bêbado, sem documentos do carro e sem carteira de habilitação e ouve uma sirene de polícia atrás de você mandando você parar: O que você fala? Fodeu de vez!.

Liberdade, igualdade, fraternidade e foda-se ...









Millôr Fernandes

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

sonhos...

Uma vez num sonho uma pessoa me perguntou se algum dia eu já amei de verdade. Olhei naquele instante meu passado, olhei detalhadamente toda a minha vida e com um sorriso brilhante e confiante disse que sim. Essa pessoa espantada me perguntou se conhecia, eu disse que sim, todo mundo conhece, até que ela me perguntou quem.
- Fácil de dizer...o sol por exemplo.
- O sol?
- Sim, ele mesmo, um amor incondicional, ele me aquece, me dá alegria, ele me mostra o caminho a percorrer, quando eu olho pra ele ele sempre esta brilhando com se estivesse sorrindo para mim. E o auge desse amor é quando ele se despede,o mundo se despede junto, e logo vem a lua, minha outra paixão. Sempre prateada e calma, sempre me transmitindo paz, prazer, sempre me ouvindo quando lhe conto meus problemas, sempre ouvindo as canções q faço para ela...

Aí eu acordei, achei engraçado esse sonho, bem poético, e vim para a minha rotina que é meu computador. Foi quando me lembrei que eu tinha um poema de Olavo Bilac, um dos meus preferidos. Deixo aqui pra completar meu sonho interrompido que eu amo as estrelas também.

"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...

E conversamos toda a noite, enquanto
A via láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?"

E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas."

sábado, 10 de outubro de 2009

Filho da P...

Cuidado ao atender ao telefone!!!! Pode ser o Afonso...

É LONGO, MAS, VALE LER ATÉ O FIM.

"Meu nome é Afonso Soares de Melo, e resolvi contar algo que passou comigo:
Estava sentado no meu escritório quando lembrei de uma chamada telefônica que tinha que fazer.
Encontrei o número e disquei. Atendeu-me um cara mal humorado dizendo:
- Fale!!!
- Bom dia. Poderia falar com Andréa?
O cara do outro lado resmungou algo que não entendi e desligou na minha cara.
Não podia acreditar que existia alguém tão grosso.
Depois disso, procurei na minha agenda o número correto da Andréa e liguei.
O problema era que eu tinha invertido os dois últimos dígitos do seu número.
Depois de falar com a Andréa, observei o número errado ainda anotado sobre a minha mesa. Decidi ligar de novo. Quando a mesma pessoa atendeu, falei:

- Você é um Filho da puta!!!
Desliguei imediatamente e anotei ao lado do número a expressão "Filho da puta" e deixei o papel sobre a minha agenda. Assim, quando estava nervoso com alguém, ou em um mau momento do dia, ligava prá ele, e quando atendia, lhe dizia "Você é um Filho da puta" e desligava sem esperar resposta.

Isto me fazia sentir realmente muito melhor.
Ocorre que a Brasil Telecom tem o serviço "bina" de identificação de chamadas, que me deixou preocupado e triste porque teria que deixar de ligar para o "Filho da puta".

Então, tive uma idéia: disquei o seu número de telefone, ouvi a sua voz dizendo
"Alô " e mudei de identidade:
- Boa tarde, estou ligando da área de vendas da Telepar, para saber se o
senhor conhece o nosso serviço de identificador de chamadas "bina".
- Não estou interessado! - disse ele, e desligou na minha cara.
O cara era mesmo mal-educado. Rapidamente, disquei novamente:
- Alô?
- É por isso que você é um Filho da puta!!! e desliguei.
Aqui vale até uma sugestão: se existe algo que realmente está lhe incomodando, você sempre pode fazer alguma coisa para se sentir melhor: simplesmente disque 0xx41-7643.6732 ou o número de algum outro Filho da puta que você conheça, e diga para ele o que ele realmente é.

Acontece que eu fui até o shopping, no centro da cidade, comprar umas camisas. Uma senhora estava demorando muito tempo para tirar o carro de uma vaga no estacionamento. Cheguei a pensar que nunca fosse sair.

Finalmente seu carro começou a mover-se e a sair lentamente do seu espaço.
Dadas às circunstâncias, decidi retroceder meu carro um pouco para dar à senhora todo o espaço que fosse necessário: "Grande!" pensei, "finalmente vai embora".

Imediatamente, apareceu um Vectra preto vindo do outro lado do estacionamento e entrou de frente na vaga da senhora que eu estava esperando. Comecei a tocar a buzina e a gritar:

- Ei, amigo. Não pode fazer isso! Eu estava aqui primeiro!
O fulano do Vectra simplesmente desceu do carro, fechou a porta, ativou o alarme e caminhou no sentido do shopping, ignorando a minha presença, como se não estivesse ouvindo.

Diante da sua atitude, pensei: "Esse cara é um grande Filho da puta!
Com toda certeza tem uma grande quantidade de Filhos da puta neste mundo!".
Foi aí que percebi que o cara tinha um aviso de "VENDE-SE" no vidro do Vectra. Então, anotei o seu número telefônico e procurei outra vaga para estacionar.

Depois de alguns dias, estava sentado no meu escritório e acabara de desligar o telefone - após ter discado o 0xx41 - 7643.6732 do meu velho amigo e dizer "Você é um Filho da puta" (agora já é muito fácil discar pois tenho o seu número na memória do telefone), quando vi onúmero que havia anotado do cara do Vectra preto e pensei: "Deveria ligar para esse cara também". E foi o que fiz. Depois de um par de toques alguém atendeu:

- Alô.
- Falo com o senhor que está vendendo um Vectra preto?
- Sim, é ele.
- Poderia me dizer onde posso ver o carro?
- Sim, eu moro na Rua XV, n° 527. É uma casa amarela e o Vectra esta estacionado na frente.
- Qual e o seu nome?
-Meu nome e Eduardo Cerqueira Marques - diz o cara.
- Qual a hora é mais apropriada para encontrar com você, Eduardo?
- Pode me encontrar em casa à noite e nos finais de semana.
-É o seguinte Eduardo, posso te dizer uma coisa?
-Sim.
- Eduardo, você é um grande Filho da puta!!! - e desliguei o telefone.
Depois de desligar, coloquei o número do telefone do Eduardo (que parecia não ter "bina", pois não fui importunado depois que falei com ele)na memória do meu telefone. Agora eu tinha um problema: eram dois "Filhos da puta" para ligar.

Após algumas ligações ao par de "Filhos da puta" e desligar-lhes, a coisa não era tão divertida como antes. Este problema me parecia muito sério e pensei em uma solução: em primeiro lugar, liguei para o "Filho da puta 1".

O cara, mal-educado como sempre, atendeu:
- Alô - e então falei:
- Você é um Filho da puta - mas desta vez não desliguei.
O "Filho da puta 1" diz:
-Ainda está aí, desgraçado?
-Siiimmmmmmmm, amorrrrrr!!! - respondi rindo.
- Pare de me ligar, seu filho da mãe - disse ele, irritadíssimo.
- Não paro nããão, Filho da putinha querido!!!
- Qual é o teu nome, lazarento? - berrou ele, descontrolado!
Eu, com voz séria de quem também está bravo, respondi:
-Meu nome é Eduardo Cerqueira Marques, seu Filho da Puta. Porquê???
-Onde você mora, que eu vou aí te pegar, desgraçado? - gritou ele.
- Você acha que eu tenho medo de um Filho da puta? Eu moro na Rua XV, n°527, em uma casa amarela, e o meu Vectra preto está estacionado na frente, seu palhaço filho da puta. E agora, vai fazer o quê???? - gritei eu.

- Eu vou até aí agora mesmo, cara. É bom que comece a rezar, porque você já era. - rosnou ele.
- Uuiii! É mesmo? Que medo me dá, Filho da puta. Você é um bosta! E eu estou na porta da minha casa te esperando!!! - e desliguei o telefone na cara dele.Imediatamente liguei para o "Filho da puta 2".

- Alô - diz ele.
-Olá, grande Filho da puta!!! - falei.
-Cara, se eu te encontrar vou...
- Vai o quê? O que você vai fazer??? Seu Filho da puta!
- Vou chutar a sua boca até não ficar nenhum dente, cara!!!
- Acha que eu tenho medo de você, Filho da puta? Vou te dar uma grande oportunidade de tentar chutar minha boca, pois estou indo para tua casa, seu Filho da puta!!! E depois de arrebentar sua cara, vou quebrar todos os vidros desta porcaria de Vectra que você tem. E reze pra eu não botar fogo nessa casa amarelinha de bicha. Se for homem, me espera na porta em 5 minutos, seu Filho da puta!!! - e bati o telefone no gancho.

Logo, fiz outra ligação, desta vez para a polícia.
Usando uma voz afetada e chorosa, falei que estava na Rua XV, n° 527,
e que ia matar o meu namorado homossexual assim que ele chegasse em casa.
Finalmente peguei o telefone e liguei o programa da CNT "Cadeia" do Alborguetti, para reportar que ia começar uma briga de um marido que ia voltando mais cedo para casa para pegar o amante da mulher que morava na Rua XV, n° 527.

Depois de fazer isto, peguei o meu carro e fui para Rua XV, n° 527, para ver o espetáculo.
Foi demais, observar um par de "Filhos da puta" chutando-se na frente de duas equipes de reportagem, até a chegada de 3 viaturas e um helicóptero da polícia, levando os dois algemados e arrebentados para a delegacia.


Moral da história? - Não tem moral nenhuma! Foi de sacanagem mesmo.
E vê se atende o telefone educadamente, pois posso ser eu ligando para você... por engano... "



Fonte: http://mozovo.blogspot.com

- muito bom..vale a pena ler as outras histórias do blog!!!

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Aqueles olhos azuis...

O mundo simplesmente parou, eu tive a estranha sensação de ver tudo em camera lenta. Estava sentada e achava que nada demais iria acontecer, até que ele saiu do seu lugar e olhou para trás. Seus olhos olharam para mim de um jeito como se estivesse lendo minha alma, intensamente. Mergulhei naqueles olhos azuis como se eu estivesse me deparando com uma maravilhosa praia deserta, sentindo o barulho do mar e a leveza no ar. O barulho das conversas parou, os carros pararam de buzinar, a música me pareceu muito mais devagar, naquele instante a única coisa que importava era que aqueles olhos azuis tinham reparado nos meus. Quem seria aquele que prendeu meus olhos por minutos que para mim pareceu ter sido por séculos? Meu sangue foi pra cabeça, meu coração bateu mais forte, um frio na espinha passou rapidamente. Depois ouvi meu nome. Nunca mais o encontrei.